quarta-feira, 26 de setembro de 2012

o poder da endorfina


Hoje, depois de três dias sem nenhuma atividade física, nem eu me aguentava mais. Péssimo humor. Então decidi dar uma caminhada na Lagoa do quintal aqui de casa. Três voltas, uma para cada dia não “trabalhado”, combinei de mim para comigo.
Antes de concluir o primeiro quarto da primeira volta percebi o tamanho da encrenca. Eu sou gaúcha desde criancinha – mas também sou filha de minha mãe. Detesto frio e vento. E era tanto vento que senti medo de ser derrubada. E o vento era tão frio que minha alma congelou.
Mas, como gosto de me fingir de corajosa, decidi cumprir o programado: três voltas. E me fui. Por sorte e experiência, tinha comigo vários lencinhos de papel –  embora eu seja mulher valente, meu nariz é covarde que só.
Sei que parece exagero, mas garanto que não é. A situação era esdrúxula, vento muito forte, eu caminhando contra, medo de ser carregada ou de ser atingida por algum galho de árvore. Havia poucas pessoas na rua, todas por obrigação. Só eu por louca.
Mas fui lá e fiz.
De volta à segurança do apartamento, meia hora para alongar o corpo, mais alguns minutos de meditação... E eis aqui outra mulher: feliz.

domingo, 23 de setembro de 2012

rápida
a vida vai
haicai?

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

circunstâncias


Amado, não me digas se
Nem me digas quando
Eu te quero sim
Eu te quero muito
Mas te quero enquanto.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

INTERLÚDIO


Início de noite...
Vento forte, os corredores do prédio assoviam. Um restinho de claridade aquece o apartamento. No sofá estreito, braços, pernas, mãos. Cabelos entrelaçados, cochichos, risadas contidas. Paz.
...então, de repente, amanhece.  

terça-feira, 18 de setembro de 2012

terapêutica


lava a roupa
passa
a vida a limpo

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

tempo


Lá fora chove devagar
Os pingos na vidraça provocam
a-té-quan-do...a-té-quan-do...a-té-quan-do?
Cá dentro, vendaval
No peito machucado retumba
a-té-nun-ca...a-té-nun-ca...a-té-nun-ca!

no elevador


Luz branca, teto escarlate,
pensamentos gris.
A porta se abre:
dois olhos violeta, um sorriso,
e o dia muda de cor.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

como antes

Florescem as orquídeas,                       
os parques se oferecem,                       
o sol enfeita fotografias.
No topo das escadarias, beijam-se amantes.
 
Tudo parece lindo; como antes, apenas parece.
 
Porque  sempre haverá  alguém
que depois de afagos, risos, loas,
sem aviso e quase sem motivo
fugirá  num trem
para Lisboa.

sábado, 8 de setembro de 2012

reencontro

Não mais tinta nos cabelos. Não mais cremes, disfarces; deito fora esmaltes, itens de maquiagem... No espelho, quero me encontrar pura e simplesmente.
Vejo a pele manchada; os dois traços laterais aos lábios finos; as linhas entre as sobrancelhas fingindo severidade ou nostalgia.
Cílios ralos... e os olhos baços emoldurados por sulcos. Olhos que me tragam e me transportam para o fundo de mim. Nessa viagem doida, eu, que já me julgava perdida, afinal me entendo. Minhas luzes, minhas sombras, meu doce, meu fel. E então, através do meu mal, encontro meu deus.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Se você quer ser feliz, seja!
Leon Tolstoy

domingo, 2 de setembro de 2012

loca - pero no mucho

Cuando deseo  cometer  locuras
duermo – es  más seguro
El sueño me toma
pero siempre me permite volver...